De tanto insistir por um espaço na agenda do governador Mauro Mendes para tratar sobre a reposição salarial e outras questões pendentes, nesta quarta-feira (23) o Fórum Sindical finalmente conseguiu entrar no Palácio Paiaguás. A reunião ainda não foi com Mauro Mendes, mas o vice-governador, Otaviano Pivetta, que assumiu interinamente o Governo de Mato Grosso devido à viagem do governador Mauro Mendes ao Exterior, se comprometeu com as lideranças sindicais em buscar essa agenda até a segunda semana de março.

A coordenadora do Fórum Sindical e presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Agrícola, Agrário, Pecuário e Florestal do Estado de Mato Grosso (Sintap-MT), Diany Dias, destacou que "a reunião com Pivetta foi um passo importante do Fórum Sindical, que há 4 anos, praticamente, vem lutando por este objetivo".

"Espero que o governador Mauro Mendes nos atenda", disse Diany, complementando que os sindicatos ligados ao Fórum Sindical cobram, basicamente, a reposição das perdas salariais acumuladas de 2018 para cá; a realização de concurso público em diversas áreas; e a isenção da alíquota da previdência para aposentados e pensionistas que recebem abaixo do teto do INSS.

Destaques da fala do Valdeir

No diálogo com Pivetta, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), Valdeir Pereira, que também é coordenador do FS com a presidente do Sindicato dos Servidores Públicos da Saúde do Estado de Mato Grosso (SISMA/MT), Carmem Machado; o presidente da presidente da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar (ACS), Laudicério Aguiar Machado; e Diany Dias, apontou os desafios para colocar na agenda estadual as pautas de interesse dos trabalhadores.

"Primeiramente eu gostaria de agradecê-lo por nos ter recebido e dizer que é uma satisfação reencontrá-lo, principalmente na condição agora de governador em exercício do nosso estado", declarou Valdeir, que foi quem solicitou a reunião com Pivetta, em nome do FS. "A gente vem buscando essa pauta há algum tempo e encontrando uma certa resistência", justificou.

Sobre a questão da Recomposição Geral Anual (RGA), primeiro item da pauta, Valdeir destacou que, no atual governo, a RGA não está sendo paga desde 2018. "Os servidores públicos estaduais tiveram, na prática, um congelamento salarial, e as reposições concedidas pelo governador não cobrem a defasagem acumulada e nem mesmo as perdas salariais com a inflação neste ano. Para este ano nós tivemos a aplicação de 7% da RGA diante de uma inflação de 10,19%. Então faltou manter o poder de compra dos atuais salários".

Após explicar os demais itens das reivindicações dos trabalhadores, o coordenador do FS frisou que a agenda que vem sendo pedida com o governador não é para se brigar, e sim dialogar.

Destaque da fala de Carmem Machado

"O Fórum Sindical está com uma nova coordenação, e essa coordenação prima, sobretudo, pelo diálogo institucional, respeitoso, democrático e necessário", disse a presidente do Sisma, em suas palavras iniciais. "Nesse sentido é que a gente busca dialogar. Sabemos que nem tudo é possível, porque todos aqui têm uma carreira de anos no serviço público e entendem as dificuldades do serviço público. Entretanto, a gente também sabe que estamos num estado pujante e superavitário e que muitas questões são perfeitamente possíveis de serem atendidas, senão no todo, pelo menos em parte, ou na possibilidade de encaminhamento. Sem nenhuma intransigência, a gente precisa de respostas", sintetizou ela.

Otaviano Pivetta reconheceu que é necessário dar respostas concretas para as categorias. “Estamos aqui para atender o interesse da sociedade mato-grossense da qual vocês fazem parte, a quem devemos toda nossa dedicação. Se todos olharmos para o que for de interesse geral e nisso incluo os servidores públicos, teremos sim, um diálogo. Me comprometo de agendar ainda na primeira quinzena do mês de março, uma reunião com Mauro Mendes e equipe, afinal o Estado trabalha com transparência”.

 Sintap-MT

Para Diany Dias, se o vice-governador der sustentabilidade ao Fórum Sindical com essa nova roupagem, essa nova coordenação, de diálogo, e de busca de parcerias, será uma atitude muito acertada. "O governo tem que ter a parceria do servidor, afinal, quem realiza as ações do estado é o servidor, e nada mais justo, portanto, que o governador ouça as lideranças desses servidores", concluiu.

A reunião com Pivetta durou cerca de 40 minutos, e além de Diany Dias o Sintap-MT também foi representado pelo seu diretor de de Assuntos Políticos, Francisco Borges (o Chico). "O governador Mauro Mendes até hoje não recebeu o Fórum Sindical, e, portanto, o comprometimento do governador em exercício, de fazer essa 'ponte' e marcar essa agenda com o governador e toda a equipe econômica, para nós é um passo importantíssimo", afirmou.

Somente neste ano os líderes sindicais já percorreram a Assembleia Legislativa várias vezes, conseguindo da deputada Janaína Riva (MDB) e de outros deputados estaduais. O FS também se encontrou com o senador Wellington Fagundes (PL), o deputado federal Neri Gueller (PP) e a deputada federal Rosa Neide (PT).

Luiz Perlato/SINTAP-MT