Por unanimidade os servidores dos Institutos de Terras e de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso, respectivamente, Intermat e Indea, decidiram em assembleia, na tarde da última quarta-feira (20.07), entrar em ‘estado de greve’ a partir desta quinta-feira. O motivo é que as categorias vêm sendo desrespeitadas constantemente pela gestão estadual em diversas questões. A principal delas foi a ordem de corte de ponto de dos servidores do Indea. O Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Agrícola, Agrário, Pecuário e Florestal do Estado de Mato Grosso (Sintap), que representa as categorias, informou que isso é inadmissível numa greve geral de 31 carreiras estaduais onde a entidade sindical não foi notificada sobre uma possível ilegalidade que, ainda assim, conforme informações de mídias, existe em caráter liminar, portanto, não teve o mérito julgado.
Entrar em estado de greve, conforme explica a presidente do Sintap, Diany Dias, significa que, caso as negociações para sanar esses e outros problemas recorrentes nessas autarquias como a Revisão Geral Anual (RGA); o Retorno da Identificação da Madeirae; o pagamento das diárias no primeiro dia do cumprimento da Ordem de Serviço; as categorias podem deflagrar nova greve a qualquer momento sem que seja necessário cumprir os trâmites de marcar nova assembleia com publicação em edital e cumprir prazos.
Com o estado de greve os servidores vão fazer a chamada operação padrão que é cumprir apenas o que é possível com a atual estrutura ofertada pelo Estado. Assim, se não há diárias depositadas nas contas os servidores não vão viajar gastando do próprio bolso, até porque tiveram prejuízo este mês com o corte inconsequente do ponto. Também se os carros para viajar estiverem com documentos vencidos, como é o caso atual, os servidores não viajarão mais arriscando suas vidas para satisfazer quem corta o ponto indiscriminadamente e também não vão mais usar a internet particular para agilizar os trabalhos do Indea.
Um dos grandes motivos para a possível nova greve é a questão dos desmandos e perseguição que os servidores vêm sofrendo pela direção do Indea e o prejuízo de seus trabalhos por conta do não cumprimento das leis por parte dos gestores, justamente de um estado que se diz ‘legalista’. “É lei o pagamento integral da RGA e o governo só deu 7,54% como se fosse um favor!”, disse a presidente. Outro ponto é que não houve qualquer critério para o corte de ponto uma vez que foi constatado pelo Sintap que pessoas que estavam de férias, outras de licença-prêmio e algumas afastadas para participar de comissões do governo, tiveram corte de ponto bem como as que cumpriram o revezamento de 30% nos dias de greve. “Solicitamos na semana passada por escrito quais foram os critérios utilizados pelo presidente do Indea, Guilherme Nolasco, para o corte, mas o que recebemos foi uma resposta que não deixa isso claro”, garante Dias.
Sem identificação medidas extremas
Cansados de esperar por uma definição efetiva do Governo do Estado a respeito da volta da identificação da madeira por parte do Indea, o que pode garantir R$ 20 milhões/ano de incremento na arrecadação para que não haja mais desculpas para não pagar a RGA, o Sintap, que já tem duas decisões judiciais favoráveis ao retorno da identificação, vai colocar um prazo ao Indea para resolver esse problema. Caso isso não ocorra em breve, a presidente afirma que não terá alternativa a não ser apelar para medidas extremas no cumprimento da determinação judicial que pede a volta há mais de um ano.
Autor/Fonte: Adriana Nascimento – Assessoria Sintap
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