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Após diversas tentativas (sem sucesso) de contato telefônico desde a parte da manhã da última quinta-feira (01.03) para agendar reunião pessoal com o presidente do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea), Guilherme Nolasco, a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Agrícola, Agrário, Pecuário e Florestal (Sintap) encaminhou, nesta sexta-feira (02.03), ofício ao gestor solicitando saber os motivos do fechamento dos postos de fiscalização Correntes e Boiadeiro, ocorridos no dia 1 de março. Para a presidente da entidade sindical, Rosimeire Ritter, é preciso buscar o diálogo para resolver a questão do orçamento e da arrecadação da autarquia o mais breve possível porque isso reflete na precarização do órgão e, consequentemente, no atendimento ao cidadão e na arrecadação estadual.

A falta de equipamentos e estrutura nas unidades do Indea por conta da queda no orçamento nunca foi novidade para a direção do Sintap. Ciente desses problemas é que a entidade sempre tentou ajudar a incrementar a arrecadação e o orçamento da autarquia, de diversas formas, entre elas: a luta pela volta da certificação da madeira; a taxação dos agrotóxicos; a busca por apoio de parlamentares da Frente da Agropecuária para incrementar o orçamento da autarquia  bem como a busca por emendas para incrementar o orçamento do Indea, que diminui ano a ano mesmo com anúncio de milhões em discursos do governador Pedro Taques, mas sem repasse real na prática.

“O Sintap está atento a essa perda de qualidade da estrutura para o bom andamento do serviço público pela falta de recursos e, mais do que apontar erros, indica soluções, mas nossa única vitória até o momento foi a volta da identificação da madeira que, em menos de um ano de retorno, tem sido constantemente ameaçada de extinção por pressão do segmento madeireiro apesar de ter fortalecido a arrecadação”, observou Ritter.

O diretor de Formação Sindical do Sintap, João Célio de Amorim, observa ainda que o fechamento dos postos, nas cidades de Itiquira e Alto Araguaia, é muito preocupante uma vez que são entradas de animais e produtos de origem animal e vegetal e de agrotóxicos sem a devida fiscalização. A determinação de fechamento tem prazo até dia 10 de março, ou seja, muito tempo para uma aftosa passar e contaminar novamente o estado que tem décadas livre dessa doença. É de se estranhar também, segundo ele, que, em um momento onde o Estado lamenta a falta de recursos, haja dessa forma fechando postos que vão ter reflexo na diminuição da arrecadação.

Mais problemas

Infelizmente o fechamento dos postos não é o único problema do Indea. Para ter ideia, a precariedade da autarquia é tão rotineira que teve que ser pauta na última reunião de diretoria do Sintap, ocorrida entre os dias 22 e 23 de fevereiro. De acordo com os sindicalistas, as unidades solicitam equipamentos como: aparelhos de ar-condicionado e recursos para limpeza nas unidades onde os servidores acabam fazendo esse trabalho quando poderiam estar a atender o público. Já outras unidades estão sem acesso à internet, falta de água potável, falta de segurança e algumas têm estrutura física insalubre com água parada que pode ser criadouro do mosquito da dengue, além de forros que viram abrigo de morcegos. A alegação do Indea é que não há recursos, mas a diretoria lembra que o Fundo Emergencial de Saúde Animal do Estado de Mato Grosso (FESA) serve justamente para custear essa manutenção das unidades. “O dinheiro está destinado ao Indea e é preciso que a autarquia cobre, ponderaram os diretores”. Assim, ficou definido que o Sintap irá cobrar do gestor do Indea a utilização desse recurso.

Na reunião de diretoria a presidente do Sintap, Rosimeire Ritter, informou ainda que já foi enviado ofício para Nolasco informando as cobranças dos materiais em faltas nas Unidades e a resposta é que existem os materiais para serem enviados ao interior, mas falta a logística para tal ação. Assim, o Sintap tem como meta continuar cobrando e acompanhando o andamento da melhoria das unidades e espera que suas sugestões sejam levadas em consideração para que o Indea saia, de uma vez por todas, desta situação precária, para o bem dos servidores e de toda a sociedade.