A dor que eu estou sentindo com a sua partida tão precoce ainda martela dentro de mim. É inexplicável. Quem conhece a dor é só quem sente ou nem mesmo a pessoa tem uma explicação lógica para ela.
Me lembro bem quando éramos crianças, 6 meninos peraltas, pequenos travessos, filhos de uma família cuiabana de classe média, nascidos e criados no bairro da Lixeira com muito amor e dedicação pelos nossos genitores: Adolfo Vilela Miranda e Joana de Oliveira Miranda (in memoriam).
Éramos 6 todos protegendo o caçula, o menorzinho da turma, jogávamos bolita, finca-finca, soltávamos pipa e sempre dávamos um jeito de dar uma fugidinha da mãe, saindo escondido por debaixo da cerca de arame que cercava o nosso quintal.
Lá íamos os 6 tomar banho em um grande lago, conhecido naquela época por nós como “americano", atualmente Parque Tia Nair.
Depois de muitas horas, estávamos de volta, inventando mil histórias para a nossa mãe, quando nos pergunta onde estávamos. Muitas vezes o chicote também comia solto por essas peripécias de tamanha irresponsabilidade.
Éramos 6. Éramos felizes. Diniz sempre foi o protegido de todos, no entanto hoje, foi tirado precocemente do nosso convívio, não deu tempo de nos despedirmos de ouvir você gritar "vai corinthians", de cantar mais um rasqueado juntos em outra festa familiar.
Éramos 6, mas agora somos 5 irmãos homens, mas na minha conta sempre seremos 6, pois em algum lugar nós encontramos novamente, aí sim, seremos 8 irmãos, pois naquela época das nossas aventuras as nossas 2 irmãs não eram nascidas.
Hoje, cinco irmãos choram por ti, a sua caminhada aqui na terra chegou ao fim. Viveremos os 6 outras aventuras em algumas galáxias, um dia no Jardim Celestial do pai.
Éramos 6 em minha doce lembrança, sempre seremos 6 meninos que passava por baixo da cerca de arame farpado em busca de aventuras para se refrescar em um lago em meio as verdes matas encantadas pelas sinfonias dos passarinhos.
Dilson D'Oliveira (Irmão do Diniz José de Oliveira Miranda)