Notícias

O projeto tem despertado grande interesse dos servidores, e muitos têm procurado o Sindicato em busca de informações. Mas o Sintap alerta que é preciso paciência e muita discussão, ainda, antes de colocar a proposta em prática.

"Queremos fazer o melhor, mas os nossos sindicalizados têm que ficar sabendo de todos os prós e contras de cada modelo de contrato de um novo plano de saúde", assinala o diretor financeiro do Sindicato, Francisco Borges. Segundo ele, um dos perigos nesta empreitada é que, se não forem tomadas as devidas precauções, ela pode significar um retrocesso, em vez de avanço. Um exemplo disso é o que a Unimed ofereceu durante reunião com Diretores do Sintap no dia 4 de janeiro.

"A Unimed quer emitir a fatura em nome do Sindicato e não aceitou fazer boletos individuais", disse ele, acrescentando que, da forma como a empresa propõe inicialmente, não tem como aceitar. "Eles querem debitar ao Sintap a fatura integral, e o Sindicato é quem tem que se virar e monitorar, primeiramente pagando e depois cobrando dos servidores. O risco total, se aceitássemos a proposta, seria do Sintap. A Unimed argumentou que essa é uma normativa da Agência Nacional de Saúde (ANS), agência reguladora de planos de saúde no Brasil".

 

Se o plano estivesse em vigor neste momento, em que o Governo vem pagando com atraso os salários dos servidores, quem arcaria com o prejuízo seria o Sintap. "Pelo contrato a Unimed ainda tem a prerrogativa de poder romper o contrato quando ela bem entender, após um ano, avisando aos usuários com antecedência de apenas 60 dias, e os usuários têm carência de 30 dias para migrarem para outro plano de saúde", explica Francisco Borges. 

 

A presidente do SINTAP, Rosimeire Ritter, complementa a declaração do Diretor Financeiro fazendo uma abordagem sobre outras "armadilhas" do contrato proposto pela Unimed. "O parâmetro de reajuste do plano de saúde é o INPC mais a frequência do uso do plano de saúde, ou seja, quanto mais a gente utilizar o plano de saúde, mais caro ele ficará a cada ano; o reajuste não é padronizado, não é linear, é diferenciado. Em outras palavras, mesmo quando os índices oficiais da inflação ficarem abaixo dos 5%¨, por exemplo, pode ser que o plano de saúde seja reajustado em 25% ou mais".

 

Junto com a sua Assessoria Jurídica, a Direção do Sintap estudou item por item do contrato de adesão apresentado pela Unimed e encontrou outras pegadinhas, como da carência, que vale apenas para quem aderir ao plano no primeiro momento, depois disso não seria mais possível. E na opção do plano estadual o usuário só é atendido fora de Mato Grosso em casos de emergência, valendo salientar que, de acordo com relatos, é muito difícil passar na triagem para que um caso seja considerado de emergência.

 

Outro ponto contestado pelo Sintap diz respeito às faixas etárias, porque o valor pago por um sindicalizado pode subir muito de um ano para o outro em função disso. Se você está na faixa etária dos 50 anos de idade e se irá completar 51 anos em março, por exemplo, já vai para outra faixa etária, onde o valor do plano é bem mais caro.

 

De acordo com a Unimed, a proposta apresentada durante reunião com a gestão do Sintap constitui um contrato de adesão em que as cláusulas não são negociáveis. Mas o Sindicato solicitou uma nova reunião, desta vez com a Assessoria Jurídica da Unimed, com alterações que poderiam ser feitas para que o contrato possa ter adesão, sem problemas. Atualmente o Sintap aguarda um posicionamento da Unimed, e qualquer novidade será comunicada à categoria.