Após a juíza indeferir o pedido de reintegração de posse, o jurídico do MST pediu a suspensão da audiência.
Os advogados do Movimento Sem Terra de Mato Grosso, Vilson Nery e José Vieira, pediram a suspensão da audiência de conciliação, iniciada na tarde desta segunda (27), no Fórum de Cuiabá, entre a categoria e o presidente executivo do Grupo Amaggi, Waldemir Ival Loto. A defesa do MST argumenta a impossibilidade de prosseguir com o diálogo sem a presença da secretaria estadual de Meio Ambiente (Sema) e do Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat).
A suspensão, contudo, só foi solicitada após a juíza da 2ª Vara Cível Especializada em Direito Agrário, Adriana Sant'anna Coningham, indeferir o pedido de reintegração de posse. “A juíza acatou nosso pedido suspendendo a audiência e não deu a reintegração de posse”, disse Vilson.
O imbróglio começou no dia 13, quando 800 famílias ligadas ao MST ocuparam cerca de 20 hectares, de um total de aproximadamente 2 mil hectares, da fazenda de Waldemir, localizada em Jaciara. Um dia após a invasão, uma liminar concedida pelo Tribunal de Justiça autorizou a reintegração de posse, no entanto, a ordem não foi acatada pelas famílias, que permanecem nas terras até hoje.
Diante do cenário, a juíza marcou a audiência para avaliar a reintegração de posse e os argumentos das partes, mas a reunião foi remarcada para esta quinta (30), às 15h, no mesmo local. Um dos coordenadores estaduais do MST, Vanderly Scarabeli, alega que as famílias, originárias de Jaciara, Juscimeira e Campo Verde, não têm para onde ir devido à crise financeira.
Além disso, ele acusa o proprietário da fazenda de não cumprir com as funções sociais previstas em lei. “Há pulverização de veneno na mata, a pastagem chega até a beira do rio, ou seja, não estão respeitando o meio ambiente”, afirma. Por outro lado, a defesa de Waldemir defende que as acusações são infundadas. “Nunca houve alegação de violação de qualquer natureza. Já apresentamos a documentação necessária”, rebate Cláudio Stábile.
Durante o início da audiência, integrantes do MST protestaram diante do Fórum. A manifestação foi uma tentativa de pressionar a juíza a avaliar positivamente as reivindicações da categoria. Confira, abaixo, vídeo onde mostra o protesto.