Muito mais que a "mutuca", o "homem", pelo seu manejo inadequado com os equídeos, é um dos grandes responsáveis pela propagação do vírus da AIE, que é incurável.
O Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea-MT), participou do III Workshop do Projeto “Anemia Infecciosa Equina no Pantanal brasileiro: caracterização do agente, diagnóstico molecular, avaliação de práticas de manejo e modelagem quantitativa”, realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Pantanal) e pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), nesta terça-feira (24), em Poconé-MT.
O evento teve como objetivo fazer uma ampla discussão sobre a Anemia Infecciosa Equina (AIE) no Pantanal, abordando o que é a doença, como preveni-la e diagnosticá-la, com ênfase na sua incidência na região pantaneira. O evento contou com a participação de médicos veterinários, produtores e associação de criadores.
Médicos veterinários do Indea-MT dos municípios que fazem parte do bioma Pantanal, como Santo Antônio do Leverger, Nossa Senhora do Livramento, Poconé, Barão de Melgaço e Cáceres, e os responsáveis pelo Programa Estadual de Sanidade dos Equídeos (PESE), Aruaque Lotufo Ferraz de Oliveira e Marcelo L. Barros, participaram do evento. Barros apresentou trabalho com o tema “A legislação da Anemia Infecciosa Equina no Brasil e o estudo epidemiológico da AIE em de Mato Grosso”.
O estudo epidemiológico da AIE em Mato Grosso está em andamento. O trabalho é realizado pelo Indea-MT e teve início em 2014, com a colheita de material para análise. O resultado do estudo irá mapear a prevalência da doença nos biomas: Pantanal, Floresta Amazônica e Cerrado. O resultado deste levantamento epidemiológico trará informações da situação atual da doença no Estado, o que vai orientar na adoção de novas estratégias sanitárias voltadas ao controle da AIE.
AIE - A anemia infecciosa equina é uma doença viral crônica incurável e que acomete somente os equídeos (cavalos, jumentos, burros e mulas). É transmitida pelo sangue contaminado com o vírus. Um dos Vetores naturais da AIE é a mutuca, que sempre foi apontada como principal responsável pela maior disseminação do vírus na tropa equídea do Pantanal.
Porém, de acordo com as pesquisas apresentadas durante o workshop, o homem aparece como o maior responsável pela propagação do vírus nos animais, por meio do manejo de animais infectados sem os cuidados necessários.
Uma das principais formas de evitar a transmissão do vírus é tomar medidas como a utilização de agulhas e seringas descartáveis para cada animal e fazer o descarte do material de forma apropriada; desinfetar, frequentemente, freios e bridões, e principalmente desinfetá-los antes de serem utilizados em outro animal; e abolir o uso da espora pontuda ou cortante.