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Ainda não foi na manhã desta segunda-feira (21.03) que os representantes do Fórum Sindical conseguiram obter uma resposta concreta do governo do Estado para as questões que têm tirado o sono dos servidores desde dezembro de 2015: o calendário de pagamento dos salários e do Reajuste Geral Anual (RGA) 2016, que deve, por lei, ser pago integralmente em maio. Assim como nas seis reuniões anteriores para debater os mesmos assuntos, ocorridas entre as duas partes, os secretários estaduais de Fazenda e de Gestão, respectivamente, Paulo Brustolin e Júlio Modesto, voltaram a apresentar os mesmos cenários de dificuldade econômica nacional que impõem maior rigor nas contas de Mato Grosso, apesar de o Estado ter contribuído, segundo eles, com 15 bilhões para a balança comercial brasileira. Cobrados por mais transparência nos números do Estado eles remarcaram a apresentação para a primeira semana de abril.

De acordo com Modesto, assim como disse o governador Pedro Taques em janeiro ao Fórum Sindical, “cada dia com sua agonia”. Assim, é preciso esperar abril para que a equipe econômica possa ter uma avaliação de como se comportaram as contas públicas nesse primeiro trimestre do ano e então tentar fazer uma projeção de calendário desses pagamentos de forma mais apurada. Dizer alguma data agora seria imprudência. É preciso, segundo ele e Brustolin, avaliar os esforços que podem ser feitos, ainda que diante de uma ‘lição de casa’ dura imposta pelo Governo Federal de diminuir despesas e contribuir mais com a União.

Essa demora em encontrar soluções para os pagamentos, segundo os sindicalistas, causa estranheza, uma vez que os números totais do Governo do Estado ainda não foram apresentados de forma ampla e transparente como sempre é solicitado em todas as reuniões com o Fórum. Ainda assim, o Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Agrícola, Agrário, Pecuário e Florestal do Estado de Mato Grosso (Sintap), sob a gestão de Diany Dias, encaminhou uma série de estratégias de ação ao gestor da Seges, em fevereiro, que poderiam render aos cofres do Estado cerca de R$ 200 milhões. Contudo, cobrado sobre a avaliação deste documento na reunião desta manhã, ele disse que sua equipe ainda está analisando o conteúdo para verificar a viabilidade de sua implantação.

“Urge a apresentação desses números que nos estão sendo prometidos desde dezembro porque, assim como o Sintap fez, outros sindicatos podem avaliar onde podemos ajudar o governo a otimizar a receita sem ser preciso arrochar os servidores públicos”, destacou Dias.

A preocupação dos sindicalistas agora é com relação ao tempo para uma resposta concreta. Com a demora, os servidores não conseguem ter a tranquilidade de planejar seus gastos financeiros. Com a demora em apresentar uma data, explica a presidente do Sintap, corre-se o risco de ter, novamente, o RGA parcelado como ocorreu em 2015. Outro problema é a insegurança, repassada pelos gestores das secretarias, quanto à garantia do pagamento dos salários no final de cada mês, o que mais parece um recado ameaçador. Conforme eles, Mato Grosso ainda está no lucro em pagar no final de março o salário referente a este período e por não se falar, ainda, em protelamento do pagamento ou até mesmo parcelamento, como ocorre em outros estados.