Warning: putenv() has been disabled for security reasons in /home/sintapmt/www/noticias/model/noticias_model.php on line 14
SINTAP-MT

Notícias

Dia da Mulher - Sintap homenageia dona Deja

08/03/2018
ImagemCapa
A servidora aposentada do Indea tem atuado no Sintap há alguns anos

 

O Dia Internacional da Mulher nos remete à ideia do quanto elas são especiais em nossas vidas. Em casa elas lavam e passam a roupa, cozinham e limpam tudo, e a maioria delas ainda tem que trabalhar fora para complementar renda da família. Fazem isso e depois retornam para suas casas, sempre com um sorriso nos lábios, mesmo sabendo que terão que reabraçar os afazeres domésticos, sem jamais perder a ternura com filhos e marido. Este dia a dia de muitas mulheres também faz parte da rotina de Dona Deja, como é mais conhecida a funcionária do Sintap, Adjair Arsênia Silva. Mas o jeito como ela encara a vida é um caso muito particular e merece ser observado.

 

Aposentada há 17 anos, esta ex-servidora do Indea ainda presta um excelente serviço no sindicato, trabalhando como assistente da presidência e distribuindo entusiasmo todos os dias. Se quiserem ser amigo dela, nem pensem em dizer que já é hora de parar de trabalhar, ainda mais ela, que tem três filhos, três netos e uma irmã especial para cuidar. Somente isso já seria o suficiente para fazer dela uma mulher merecedora de muitas homenagens e muitos abraços, porque nos dias atuais não se fala de outra coisa que não sejam os direitos de aposentadoria ameaçados pela Reforma da Previdência, que, cedo ou tarde, será aprovada porque o Governo quer e diz que precisa para tirar o País da crise neste setor.

 

Ela trabalhou no Indea por 34 anos, desde quando o Instituto ainda nem tinha esse nome. No Indea ela fez carreira. Começou como assistente administrativo em 1974, aos 17 anos de idade. Foi chefe de seção, coordenadora, enfim. Dá até pra imaginar que uma pessoa, depois de tantos anos trabalhados assim, queira logo se aposentar e ir viver a vida mais sossegadamente, bem longe do trabalho. Mas não pense assim da Dona Deja, porque ela escolheu o contrário. "Se eu tivesse saído do Indea e ido para casa em definitivo com certeza teria adoecido. Saí do Indea em maio de 2008 e em junho já estava trabalhando aqui. Então eu nem senti nada. Porque fazia no Sindicato a mesma coisa que fazia lá. Hoje já não tenho mais aquele amor que eu tinha pelo Indea, mesmo porque mudou tudo lá e as pessoas não são mais as mesmas da minha época, mas se tivesse saído de lá direto para casa eu teria adoecido. O Sintap foi a minha salvação".

 

A Dona Deja diz que adora mesmo é trabalhar e revela que ama o que ela faz. Confessa ainda que era a mesma coisa no seu tempo de Indea. Mas o que será que essa senhora faz de tão diferente que a torna assim tão apaixonada pelo trabalho? Como assistente da Presidência ela passa a maior parte do tempo lidando com processos, mexendo principalmente com aqueles casos relacionados aos aposentados. A burocracia e a rotina são as mesmas que encontramos em qualquer outro lugar ou serviço. A diferença, no entanto, é a energia que ela emana em cada um de seus gestos. Dona Deja é uma pessoa de bem com a vida, de bem com todos, ela gosta de conviver com os colegas durante a labuta, e tudo que ela recebe é devolvido em dobro na forma de carinho e amizade com todos.

 

"Não sei se meus amigos aqui dentro são todos sinceros, mas posso afirmar que tenho todos em alta consideração, eu gosto demais daqui", pontua, como uma criança diante de um caderno de desenho novo e uma caixa de lápis de cor.

 

Aos servidores do Indea ela deixa uma mensagem, que a princípio pode parecer um pouco “Caxias” demais e duro para qualquer trabalhador, mas que faz todo sentido. "Penso que os servidores mais jovens lá do Instituto hoje não são apaixonados. Antigamente éramos todos apaixonados pelo Indea. Trabalhávamos nem tanto pelo dinheiro, mas, sobretudo por amor. A gente saía do trabalho geralmente às 23h ou até mesmo à meia noite. Não ganhávamos hora extra, e ninguém reclamava. Tanto é que não tem nenhum processo contra o Instituto, movido por pessoas da minha época. Nós nunca ganhamos hora extra e era comum levarmos serviço para casa. Hoje em dia é tudo em troca de dinheiro, plantão ou banco de horas".

 

Para os novos gestores do Sintap ela deseja muito sucesso, mas prevê que este período iniciado em janeiro não será nada fácil. "A Reforma da Previdência vem aí. Estamos nadando contra a maré e vamos ter que brigar muito na justiça, inclusive naqueles processos que já ganhamos. Temos vários processos ganhos na justiça, ganhamos, mas não levamos, a exemplo daquele referente à URV e o da produtividade, que o juiz até já mandou pagar, mas que até o momento não vimos um centavo em nosso bolso".

 

Dona Deja veio para o Sintap dez anos atrás, quando ajudou a gestão da época a refazer o Sindicato. "Vim na gestão de Diany. Naquele tempo a nossa sede era bem modesta, uma tapera bem feia mesmo, pode-se assim dizer. Eu, Diany e Valéria ajudamos a construir a sede atual. Éramos nós que fazíamos as tomadas de preço, e inclusive até brigávamos com os pedreiros quando precisava. Para ter uma ideia, os móveis do Sindicato eram todos  oriundos de doação, tudo muito velho mesmo, e tivemos que trabalhar muito para refazer o Sindicato. Isso aconteceu em 2008", lembra ela.

 

Olhando pra trás ela vê o Sintap como ums entidade de lutas. "Tanto é que temos um dos melhores salários entre os servidores do Estado. Foi conseguido através do Sintap, principalmente durante a gestão de Diany Dias". Apesar disso, ela avalia que o Sindicato tropeçou em algumas de suas lutas, que foram mal conduzidas ou encaminhadas ou aconteceram, segundo ela, na hora errada.

 

"Acho que nós erramos em aderir à última greve, porque estávamos tendo um bom diálogo com o Governo e íamos conseguir tudo o que estávamos pleiteando. A Diany, inclusive, não queria aquela greve, tanto é que teve uma assembleia onde foi votado que não haveria greve, mas a pressão foi muito grande por parte da categoria, e a greve acabou sendo deflagrada. Porém, foi um tropeço. Tanto é que os servidores tiveram o ponto cortado e a nossa presidente brigou com o presidente do Instituto. Desde então ela não teve mais acesso à Seges, e o presidente do Indea não a recebe mais. Ao contrário da greve anterior, bem sucedida, a última não logrou o mesmo êxito".

 

Deja ressalta que não é contra a greve, mas explica que essa é uma ferramenta que os trabalhadores devem saber usar, utilizando somente no momento certo. "A greve de 2008 foi um sucesso total e tivemos 25% de aumento. Aquela greve foi muito bem conduzida, e até o governador Blairo Maggi liga aqui no Sindicato. A greve de 2014 também ocorreu no tempo certo e fomos bem sucedidos. Temos que aprender com o passado e evitar novos erros no futuro", conclui.


Autor/Fonte: Luiz Perlato – Assessoria Sintap (interino)


    Deixe seu comentário

    *
    *
    *
    Rua 6, Setor Oeste, nº 2
    Bairro Morada do Ouro, Cuiabá - MT
    E-Mail: recepcao@sintapmt.org.br
    Telefone: (65) 3644.3747/ 3644.3775 / 98118.7557